Autor:Dr. Fabio de Rezende Pinna
A hiposmia ou a dificuldade em sentir cheiros é um sintoma razoavelmente comum na população e pode apresentar-se de diversas formas. Grosseiramente, podemos dividir as hiposmias em condutivas e sensorioneurais.
As hiposmias condutivas ocorrem quando há uma dificuldade do ar inspirado chegar até a parte superior do nariz, responsável pela captação do cheiro. Isso pode ocorrer em diversas doenças inflamatórias do nariz como rinites, rinossinusites crônicas e polipose nasal. Também pode ocorrer em pacientes com desvio septal obstrutivo e com tumores no nariz. Nas hiposmias condutivas, o tratamento adequado pode levar a grande melhora dos sintomas ou até mesmo a cura.
A hiposmia de causa sensorioneural pode estar associada a envelhecimento, quadros pós gripais, exposição a gases tóxicos, traumas crânio encefálicos, Doença de Parkinson e etc. Neste tipo de hiposmia, as perspectivas terapêuticas diminuem um pouco. Há diversos estudos que sinalizam uma melhora com uso de zinco, vitamina A e B. No entanto, ainda não se pode falar em uma resposta efetiva e duradoura nestes casos. Em alguns casos, a perda do olfato pode ser duradoura e irreversível. A recomendação, nestes casos, é estimular e diversificar estímulos gustativos para minimizar os efeitos da perda do olfato no paladar e acompanhamento com otorrinolaringologista para realização de um diagnóstico mais detalhado possível. Para o paciente com perda do olfato irreversível, é fundamental uma orientação para que se priorize o uso de energia elétrica em no lugar de gás natural, a fim de se minimizar os riscos de vazamentos. A utilização de detectores de fumaça também é extremamente útil em pacientes sem olfato.